Sr.ª do Caminho
A lenda da Sr.ª do Caminho prende-se com a Capela que, ainda hoje, existe na Vila da Batalha e que pegava ao muro da cerca conventual dos frades dominicanos.
Parece que, um belo dia, um frade dominicano que ia a caminho do campo, para mais um dia de trabalho, viu uma imagem de Nossa Senhora numa curva do caminho. Resolveu recolhe-la e levá-la ao Prior.
Entenderam então que, deviam de colocar a imagem na igreja, num nicho preparado para ela.
No dia seguinte, preparava-se o frade para fazer o seu caminho habitual, quando viu, novamente, o que parecia ser a mesma imagem do dia anterior, exatamente no mesmo sítio onde a tinha visto pela primeira vez.
Regressou ao convento e, levando-a mais uma vez ao Prior, este resolve fechá-la a sete chaves.
Ao terceiro dia, volta o frade à sua labuta e, para seu espanto, lá estava a imagem que teimava em aparecer no mesmo local onde tinha sido encontrada das outras vezes.
Desta feita, resolve o frade voltar ao convento e, quando conta ao Prior o sucedido, este resolve fazer uma pequena capelinha com um nicho para albergar a imagem exatamente no local onde esta tinha aparecido.
Abóbada
A Abóbada é uma das Lendas e Narrativas de Alexandre Herculano. Localiza-se no ano de 1401, tendo por assunto a construção do Mosteiro da Batalha, mais concretamente, a construção da abóbada da casa do capítulo do Convento, pelo arquiteto Afonso Domingues, que a delineou, e que, apesar de cego, a concluiu, depois das obras terem sido entregues ao arquiteto Huguet e de este não ter conseguido o seu intento.
A lenda está dividida em cinco capítulos: O Cego, Mestre Huguet, O Auto, Um Rei Cavaleiro, O voto fatal.
Segundo esta lenda, Afonso Domingues quis morrer na célebre sala, em cumprimento de um voto fatal, embora não sem antes concluir com a célebre frase: “A Abóbada não caiu, a abóbada não cairá!”
Alexandre Herculano que, além de insigne escritor, foi também um notável historiador, conhecia um relato mais antigo que o inspirou. Na sua História de S. Domingos, de 1623, Frei Luís de Sousa regista uma história que os frades da Batalha então contavam: a abóbada da casa do capítulo fora levantada por três vezes; das primeiras duas vezes, caiu com grande perda de vidas, ao serem retirados os cimbres; da terceira, o rei mandou chamar, de várias prisões do reino, criminosos sentenciados a penas pesadas, com o compromisso de os libertar, caso a abóbada não os consumisse.
Herculano acrescentou um ponto a este conto, distinguindo o arquiteto português do estrangeiro, num momento de afirmação nacionalista da cultura portuguesa.
Na verdade, sabe-se hoje que a abóbada da Casa Capitular não é da autoria de Afonso Domingues, mas sim de Huguet, tendo podido ser, eventualmente, reconstruída por Martim Vasques pois acredita-se que a lenda tenha um fundo de verdade.
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