Alfredo Neto Ribeiro nasceu em 1931, no seio de uma família de canteiros que tinham participado nos grandes restauros oitocentistas do Mosteiro da Batalha. Como tal, aprendeu a arte de uma cantaria delicada e complexa que o acompanhou durante toda a vida, ainda que nem sempre lhe tenha podido valer o sustento.
Em 1922, estagnava definitivamente a atividade do estaleiro de restauro da Batalha, o que representou o dispersar dos seus canteiros em busca de um novo modo de vida, ficando apenas a família de Pedro Jorge Ribeiro, avô de Alfredo Ribeiro, que passou a assegurar a vigilância e abertura do monumento, onde residia. Ocasionalmente, proporcionará ainda a Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, criada em 1929, algum trabalho especializado a estes profissionais. Alfredo Ribeiro foi também guarda do monumento que o viu crescer, aplicando a sua vocação irreprimível à realização de miniaturas de elementos do próprio Mosteiro destinadas ao público visitante ou na satisfação de algumas encomendas particulares. Trocou, entretanto, a profissão de guarda do monumento pela de desenhador de construção civil, acabando por abrir o seu próprio gabinete.
Entre as muitas atividades promovidas pelo Museu do Mosteiro de Santa Maria da Vitória, criado em 1980, contou-se a reanimação do ensino da cantaria, aos Sábados, em colaboração com a Escola Secundária Domingos Sequeira, de Leiria, sob a orientação de Mestre Alfredo Neto Ribeiro, que assim retomava a tradição familiar no Mosteiro. No final de 1987, dava-se ali início a um curso de formação de canteiros restauradores, igualmente alimentado pelo saber do Mestre. Este curso, promovido pelo Instituto Português do Património Cultural e pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional, completou-se em 1988. Sucedeu-lhe a oferta de um curso profissional de cantaria, lecionado até ao presente, no Claustro de D. Afonso V do Mosteiro da Batalha, e proporcionado pela Escola Nacional de Artes e Ofícios Tradicionais da Batalha, integrada na Escola Secundária da Batalha, no ano lectivo de 2009/2010.
Mestre Alfredo Ribeiro lecionou e colaborou em projetos de restauro no próprio monumento e fora dele (com destaque para a reconstrução da abóbada da capela-mor da igreja das Cortes, Leiria), bem como em obra nova, até 2003, ano do seu falecimento. Deixou discípulos que perpetuam a sua obra, através do ensino no Mosteiro e do labor das suas próprias oficinas.
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